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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O LAGO DOS SONHOS – POR FÁBIO LEAL E MABEL COELHO.
Muitas vezes podemos imaginar, mesmo inconscientemente, que nem todas as artes são acessíveis ou facilmente assimiladas, quando não temos um prévio conhecimento do que veremos. Logo que soube do espetáculo, o Lago dos Cisnes, confesso que a primeira coisa que me veio a mente foi que talvez não valesse a pena gastar uma certa quantia, que não foi pouca, por algo que não domino, ou seja, não tenho familiaridade com a técnica, no caso o Ballet Clássico. Quando não conhecemos algo, há um certo receio de não perceber e sentir a emoção do momento, justamente por não conhecer como a arte em questão se constrói, porém com incentivo do meu colega Fábio Leal, com quem divido esse maravilhoso post, compramos os ingressos, pesquisamos a história que seria representada pelo teatro russo Mariinsky, mais conhecido como Kirov, que por sinal possui uma belíssima história e tradição, http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Lago_dos_Cisnes. Bem, naquela correria do dia-a-dia, já que consegui o ingresso apenas para um dia de semana, me despedi dos meus amigos da faculdade e corri para o Teatro Municipal, local do evento. Um pouco perdida, já que foi a minha primeira apreciação deste tipo de arte, encontrei meu lugar e em instantes me envolvi com a trilha sonora de Tchaikovsky http://www.youtube.com/watch?v=nMi5186uKbQ, tocada pela Orquestra, depois de alguns minutos abriram-se as cortinas e o espetáculo começou. Daí em diante, deixo vocês com as palavras do Fábio Leal.
Não faz muito tempo, eu tive um sonho, sonhei que era espectador de uma pintura da renascença, ela era gigante, maior do que qualquer painel que já vi, porém ela estava em movimento, com tantos atrativos, sinceramente não sabia para onde olhar no início, até que, seres de outro mundo começaram a guiar o meu olhar, pensando bem, não foi um sonho, foi a apresentação mais bela que já vi na vida. A partir deste momento, percebi o quão grandioso é o envolvimento desta dança, comecei a compreender a intenção do Ballet Clássico, que é traduzir todos os sentimentos, através de suaves passos, saltos intensos, juntamente com a leveza acompanhando cada compasso da trilha sonora e por mais que você não entenda que tal posição é Y ou Z, você entende perfeitamente se aquele passo que foi dado com mais intensidade, era para trazer entusiasmo ou aflição, por exemplo, de uma maneira tão sutil, mas ao mesmo tempo clara e precisa. Resumindo o espetáculo, pode-se dizer, sem exageros que é a tradução da perfeição, sem ser dita, mas sentida, observada, fazendo com que as 3 horas de apresentação, parecessem poucos minutos. Quem pensa que Ballet é a coisa mais em sal do mundo é por que nunca apreciou um espetáculo como o Lago dos Cisnes. Desde o figurino, a cenografia até os bailarinos, não saberemos quais adjetivos utilizar... Li a poucos dias, em um artigo, que a precisão dos movimentos do grupo não é a mesma da época da ditadura soviética, acredito que por não ser perito no assunto, não consegui encontrar tais imprecisões, fato é, ninguém que assistiu as apresentações ligou muito, pois os aplausos, bem como os “Bravos” demonstraram que todos compartilharam do mesmo sonho.

Um comentário:

  1. É tão interessante quando podemos mensurar a cultura...quando podemos sentir. Demais como Mabel e Fábio conseguiram descrever tão intensamente. Bravo!!!

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